sábado, 18 de abril de 2015

Conclave de Washington


'O PT começou a comprar a sociedade com verbinhas'



O colunista de VEJA, Marcelo Madureira comenta a necessidade de renovação na política brasileira e diz que é preciso que existam políticos que realmente representem os interesses do povo e não seus interesses particulares. A prisão do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto pela Polícia Federal na Operação Lava Jato é o outro tema do 'Giro VEJA' desta quinta-feira, com Joice Halssemann.

AS RIDÍCULAS DO JÔ

Por Gen Paulo Chagas

Caros amigos

Ainda bem, para a audiência e para o próprio SR JÔ SOARES, que o seu “programa” ocorra tarde da noite, particularmente na sua versão “AS MENINAS COMPRADAS DO JÔ”.

Há muito eu não ouvia tantas asneiras e, mais do que tudo, tantas demonstrações de apego ao PaTrocinador como na apresentação da madrugada de 16 de abril. Chegaram ao cúmulo de justificar a trapaça eleitoral de que fomos vítimas, dizendo que todos sabiam que as propostas da candidata eram falsas e que, se a maioria dos votantes votou nela, o fez por que “qui-lo” e, portanto, legitimou a mentira e o governo, ou seja, danem-se, ou, como dizem os marginais, “perderam, manos”, e não venham agora para as ruas querendo melar o jogo!

Para elas, até o impeachment, previsto na constituição, é golpe! O que valeu para o Collor não vale para Dilma, ela, parece, sendo mulher e ridícula, está protegida pela “Maria Da Penha”!

Chamar o quadro de “AS RIDÍCULAS DO JÔ” resume minha opinião sobre o programa!

Cidadão brasileiro, insone e ridículo.
Não mudou o canal porque não quis.

”Perdeu, Mano”!


O Discurso torto de Dilma



Noblat comenta o comportamento da presidente Dilma Rousseff em relação ao escândalo da Petrobras

A farsa das sacolas e outras maldades


Coitada da sacola usada pelo comércio de modo geral e em especial nos supermercados para transporte dos produtos que vendem aos consumidores. Destes, os legisladores não têm pena. Votam as leis onerando as populações nos mais diversos itens livrando os “outros”.

Não é de hoje que os supermercados querem vender mais um produto aos seus clientes, a sacola, que de maneira alguma é gratuita, como não são as demais embalagens plásticas do arroz, feijão, milho, açúcar, etc. Outros nas bandejas de isopor mais o plástico que os envolvem. Embutidos que são todos os custos de produção, transporte, impostos, encargos e taxas.

Será que são biodegradáveis? Se forem, não se divulga e nem se tenta incutir a diferença de uma para outra, como das tais sacolas dos supermercados que levam as logomarcas das próprias empresas. Assim, não se cogita nem se discute sobre as demais, até os sacos de lixo adquiridos para se acondicionar o lixo residencial, comercial ou industrial.


Muito produto não se degrada com facilidade. Lavoisier deixou uma lição, “Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.”, para o bem ou para o mal. Cabe ao poder público providenciar com eficiência a coleta seletiva e ao povo se conscientizar da sua imperiosa colaboração.

Na cidade de São Paulo o consumidor já paga 10 centavos por sacola. Outros municípios querem copiar, como em Campo Grande, MS, lançando esse custo no bolso de consumidor, já onerado com aumento da energia elétrica em torno de 60% e outras cobranças recentemente criadas.

A citar a inspeção veicular implantada no Estado a um custo de 103 reais, sacrifício pelo dispêndio financeiro e de tempo perdido nessa atividade improdutiva. Pois, que cabe ao poder de polícia retirar de circulação os veículos em mau estado. Cobrança, encargos e pouca eficácia, pois já paga IPVA e licenciamento. Os veículos sem condições continuarão circulando por desvios de conduta ou burla do condutor, como já flagrado em outras cidades onde alguém alugava pneus aos proprietários dos autos reprovados. Intervenções policiais com dez soldados PM comandados por um oficial, reboque e instrumentos resolveriam sem penalizar a sociedade como um todo. Administra-se pela exceção a considerar que a maioria dos veículos transita em bom estado.

A maldade/insensibilidade mais nova foi proporcionada pela Lei Estadual nº 4.633 que fixa cobrança de 10% sobre todos os atos praticados pelos serviços notariais e de registros. Com essa medida os serviços dos cartórios como reconhecimento de firma, escrituras e registro de imóveis, nascimento e casamento, ficam 10% mais caros. Receita que se destina ao Fundo Especial de Apoio e Desenvolvimento do Ministério Público.

Ora, se cria mais uma cobrança e de 10% em momento tão difícil para o cidadão com inflação fora de controle do governo central, sob crítica severa de renomados economistas e, sentida pela sociedade a cada ida ao supermercado onde repousa o meio de sobrevivência pelo alimento que consome.

Mato Grosso do Sul que já tem um custo elevado nas transações imobiliárias como alertaram vários corretores em reportagens pela televisão, a destacar o Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e outros emolumentos. E não parece muito, mas em um país que tanto se exige de reconhecimento de firma nos documentos de forma geral, cobrar mais dez por cento é um escárnio.

Descabido que os deputados e vereadores representantes das várias camadas sociais, do pipoqueiro, palhaço, aos doutores, pobres e ricos, sejam tão insensíveis, indiferentes, alienados à voz das ruas, acorrentados às siglas partidárias.

Todo o cidadão, também pobre ou rico, paga caro por tamanha insensatez.

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Ernesto Caruso é Coronel de Artilharia e Estado Maior, reformado.

Policia Federal VS Ministério Público Paralisa LAVA JATO


PT trucidado após prisão de Vaccari


O segredo da Casa Civil


GOLPE - A ex-ministra Erenice Guerra se associou secretamente a José Ricardo, conselheiro do tribunal da Receita Federal, para atuar em defesa de uma empresa junto ao Fisco
GOLPE - A ex-ministra Erenice Guerra se associou secretamente 
a José Ricardo, conselheiro do tribunal da Receita Federal, para 
atuar em defesa de uma empresa junto ao Fisco(VEJA.com/VEJA)
Os petistas José Dirceu, Erenice Guerra e Antonio Palocci chefiaram a Casa Civil da Presidência. Os três ficaram milionários depois de deixar o governo. Como esse milagre foi operado? A polícia começa a descobrir

O poder do chefe da Casa Civil da Presidência da República, como quase tudo no governo do PT, é uma relação incestuosa entre o partido e o Estado. José Dirceu, que foi ministro da Casa Civil na fase inicial do primeiro mandato de Lula, já abriu os trabalhos ampliando os poderes de sua pasta. Ele comandava a máquina partidária e vendeu aos radicais a ideia de que Lula só se elegeria em 2002 com a suavização do discurso socialista estatizante e hostil ao livre mercado. Deu certo, e a figura de leão vegetariano colada a Lula funcionou na costura das alianças e nas urnas. Em retribuição, José Dirceu tornou-se superministro, condição que alardeava aos quatro ventos com variações desta frase: "Ele é o presidente, mas quem manda no governo sou eu". Dirceu e a Casa Civil foram os guardiões e os fiadores dos acertos e compromissos firmados com políticos poderosos e grandes empresários. Parte desse enorme poder encarnado por Dirceu na Casa Civil foi passada a seus sucessores na pasta. Com o poder, tornou-se hereditário também o hábito de o titular usar o ministério como balcão de negócios e, uma vez fora, lançar mão de sua influência junto a quem ficou para continuar operando.

Qualquer negociação estratégica com o setor produtivo e o Congresso passa necessariamente pela Casa Civil, que, com mais ou menos delegação, dependendo da circunstância, representa a vontade do presidente na definição de obras de infraestrutura, liberação de linhas de crédito em bancos oficiais, vetos e indicações para os mais altos cargos da administração pública. Dos seis ministros que assumiram a Casa Civil nos últimos doze anos, três nutriram o sonho de chegar à Presidência. Dilma Rousseff conseguiu, José Dirceu e Antonio Palocci foram abatidos em pleno voo, e Aloizio Mercadante, o atual ministro, mesmo no alvo do fogo amigo, mantém-se firme no curso.

Casa Civil
(VEJA.com/VEJA)
​Mas com o poder costuma vir o abuso do poder, e não é surpresa para ninguém que a Polícia Federal e o Ministério Público estejam investigando o enriquecimento dos antigos ocupantes do superministério. Se falhou na política, Dirceu - o "guerreiro do povo brasileiro", "o revolucionário socialista" - prosperou como consultor. Só das empresas investigadas no escândalo da Petrobras recebeu mais de 10 milhões de reais. O ex-ministro Antonio Palocci, que assumiu o posto no início do governo Dilma, também enriqueceu sem precisar de muito esforço. Descobre-se agora que até mesmo a mais discreta, a mais humilde e a aparentemente mais despretensiosa ocupante do cargo, a e­x-ministra Erenice Guerra, também carimbou seu passaporte vermelho para esse seleto clube de milionários.Há duas semanas, a Polícia Federal e o Ministério Público deflagraram a Operação Zelotes, que tem como alvo uma quadrilha que vendia facilidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf). Integrado por representantes do governo e dos contribuintes, o Carf funciona como uma espécie de tribunal em que pessoas físicas e empresas podem recorrer das multas aplicadas pela Receita Federal. Atualmente, tramitam no órgão centenas de processos, cujos valores alcançam quase meio trilhão de reais. Cifras que encheram os olhos - e os bolsos - de muita gente. A investigação identificou um grupo que, atuando em parceria, oferecia veredictos favoráveis no conselho em troca de polpudas propinas ou, nos casos mais sofisticados, uma taxa de sucesso sobre o valor que eventualmente conseguissem abater dos débitos fiscais das empresas. Estima-se que eles possam ter causado aos cofres públicos um prejuízo superior a 19 bilhões de reais.

Foram apontados como participantes do esquema lobistas, advogados e membros do próprio conselho. Até a semana passada, no entanto, o caso parecia incluir apenas aquela ar­raia-miúda da corrupção que costuma florescer à margem da burocracia que cria dificuldades para vender facilidades. Parecia. VEJA teve acesso a documentos apreendidos pelos investigadores. Durante a operação, a polícia recolheu uma procuração que revela que a ex-ministra Erenice Guerra atuava em parceria com um dos chefes da quadrilha do Carf. Como seus ex-colegas de ministério, a petista surge mirando ganhos de milhões de reais. Como seus antigos colegas de ministério, o enredo em direção à fortuna mistura contratos de gaveta, procurações cruzadas, taxas de sucesso. Assim como os velhos companheiros de partido, Erenice se rendeu à sedução do dinheiro. A exemplo dos criminosos do PT, converteu-se da pior maneira possível.

Erenice Guerra nunca chamou muita atenção, nem dentro nem fora do partido. Funcionária do governo de Brasília, trabalhou na Secretaria de Segurança Pública. Levava uma vida modesta, num bairro de classe média de uma cidade-satélite do Distrito Federal. Com a chegada do PT ao poder, foi indicada para compor o governo de transição, ocasião em que conheceu e se aproximou de outra burocrata, Dilma Rousseff. E veio a guinada na carreira. Em 2003, Erenice foi nomeada chefe da consultoria jurídica do Ministério de Minas e Energia, comandado por Dilma Rousseff. Quando Dilma assumiu a Casa Civil, a assessora a acompanhou, ocupando o cargo de secretária executiva, o segundo mais importante da pasta. Em 2010, Dilma deixou o governo para se candidatar à Presidência, e Erenice, no vácuo da amiga, to­rnou-se ela própria a ministra-chefe da Casa Civil. Foi um breve reinado, de apenas cinco meses, abreviado pelo escândalo no qual ela foi acusada de atuar em favor dos negócios do marido e do filho. Fora do Planalto, Erenice, especialista em direito sanitário, abriu um escritório de advocacia.

Instalado numa das áreas mais nobres de Brasília, o escritório da e­­x-ministra logo passou a ser ponto de peregrinação para empresários de diferentes setores com interesses no governo. Com o acesso, os contatos e a fama que tinha e ainda tem no governo, nada melhor do que contratá-la para ajudar a solucionar problemas de toda ordem. Os documentos apreendidos pela polícia põem Erenice no centro do escândalo da Receita e ajudam a compreender o segredo de Midas. Um deles é um contrato firmado entre ela e o braço brasileiro da Huawei, gigante chinês da área de telecomunicações. Erenice se compromete a prestar à companhia "serviços profissionais relativos à defesa fiscal da contratante no âmbito da Administração Tributária Federal". Na prática, incumbiu-se de defender os interesses da Huawei no Carf, o tribunal da Receita no qual agia a quadrilha especializada em vender decisões. E o mais grave: para garantir o sucesso da empreitada, a ex-ministra se associou ao advogado José Ricardo da Silva, então membro do conselho e um dos mais destacados integrantes da quadrilha.

Em valores atualizados, a Huawei discute no Carf um débito de 705,5 milhões de reais, resultante de cobranças efetuadas pela Receita Federal. Nos documentos apreendidos, está estabelecido o prêmio a ser pago a Erenice em caso de êxito: 1,5% do valor que a empresa deixaria de recolher aos cofres públicos. Admitida a hipótese de a cobrança ser anulada integralmente, caberiam a ela nada menos que 10 milhões de reais. O contrato foi acertado em 2013. José Ricardo ocupou o conselho do Carf até fevereiro do ano passado. Resumindo, Erenice se associou a um conselheiro do Carf para atuar em favor de uma empresa multada pelo próprio Carf. A relação de Erenice com José Ricardo fica evidente numa "procuração de gaveta" também apreendida. E mais: quando estava na Casa Civil, Erenice já dava uma mãozinha aos planos de José Ricardo de ampliar seus poderes sobre as decisões da Receita.

Mensagens eletrônicas a que VEJA teve acesso mostram a ação de Erenice para ajudar o advogado. Numa delas, encaminhada ao e-mail funcional dela no Palácio do Planalto, José Ricardo escreve a um irmão da ministra, também advogado, e também sócio na empreitada junto à Receita. Ele pede a intervenção de Erenice na composição do Carf: "Segue apresentação da pessoa que lhe falei, apta a ocupar a presidência do Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda". Com a mensagem, seguiu um anexo com o nome do próprio José Ricardo e de quatro sócios dele - três dos quais também foram conselheiros do Carf e figuram no rol de investigados na Operação Zelotes. Erenice, logo após receber o texto do irmão, responde: "Estou enviando curriculum dos meninos. Bjs".

Eis a receita de sucesso que leva muita gente em Brasília a construir fortunas de uma hora para outra. Enquanto estava no governo, Erenice plantava as bases de uma estrutura com a qual viria a se associar depois, para ganhar dinheiro à custa dos cofres públicos. E esse é apenas um dos muitos negócios arquitetados no escritório da ex-ministra, cujos sinais de riqueza são visíveis. A advogada Erenice nada lembra a companheira Erenice, que hoje mora no bairro mais caro de Brasília, desfila a bordo de carros importados e enverga roupas de grife e acessórios de luxo. Sempre que é procurada, a ex-ministra diz que não gosta de jornalistas. Ela em breve será incluída no rol de investigados da Operação Zelotes - e se juntará aos colegas que, da Casa Civil, decidiram mergulhar de cabeça e braços abertos naquilo que juraram um dia combater. José Dirceu, por sinal, foi intimado na semana passada a prestar esclarecimentos sobre os supostos contratos de consultoria que sua empresa firmou depois que ele deixou o Planalto. De 2006 a 2013, o ex-ministro faturou 39 milhões de reais, pagamentos que continuaram a ser feitos mesmo após ele ter sido preso. Antonio Palocci, que multiplicou seu patrimônio declarado em vinte vezes, incluindo carros e imóveis de altíssimo luxo, também está às voltas com o Ministério Público. A Casa Civil ainda guarda outros segredos.


(Com reportagem de Hugo Marques)