Por Marco Balbi
"Dirijo-me também aos partidos de oposição e aos setores da sociedade que não estiveram conosco nesta caminhada. Estendo minha mão a eles. De minha parte, não haverá discriminação, privilégios ou compadrio. A partir da minha posse, serei presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião, de crença e de orientação política."
No dia 31 de outubro de 2010, após ter confirmada a vitória na disputa presidencial, a Sra Dilma Roussef proferiu um discurso, do qual destacamos o parágrafo acima transcrito. Era uma proposta de conduzir os destinos da nação como uma verdadeira estadista. Parece que, passados quase 4 anos, este desiderato foi completamente abandonado, posto que reportagem de autoria da jornalista Tânia Monteiro, publicada dia 15 de março no jornal O Estado de São Paulo, informa que a presidente proibiu as Forças Armadas de comemorarem os 50 anos da reação democrática de 31 de março de 1964.
Como cidadão brasileiro só me restou lamentar, enviando cartas aos principais jornais do país. Parece-me que trata-se de um flagrante desrespeito a vários princípios constitucionais e, principalmente, à fala da mandatária que pretende buscar a reeleição.
"A sempre bem informada jornalista Tânia Monteiro conta
que a nossa presidente orientou o ministro da Defesa para que transmitisse aos
comandantes militares a determinação de não comemorar a data histórica de 31 de
março de 1964, coroamento da reação democrática conduzida pela sociedade
brasileira contra o desgoverno Jango e seus esquerdistas. Por certo que,
disciplinados que são, cumprirão a ordem. Farão cerimônias internas onde
elucidarão os mais jovens sobre o que de fato aconteceu, não permitindo que as
idéias espúrias, plantadas diariamente pelos revanchistas na mídia floresçam
dentro da caserna. Mas, será que o receio da presidente em se promover um ato
público estaria ligado a alguma manifestação contra o seu desgoverno, reunindo
todos os descontentes?"
"A ser verídica a informação de que a presidente da
República orientou o ministro Defesa para que os militares não comemorassem o
evento histórico de 31 de março de 1964, configura-se mais um descumprimento do
seu discurso de posse, quando afirmou que governaria para todos os brasileiros.
Todos aqueles democratas, civis e militares que se contrapuseram ao desgoverno
Jango, a ponto de destituí-lo, não se sentem representados pela
presidente."
"A presidente Dilma orientou o ministro da Defesa para
que os militares não se manifestassem sobre a data da reação democrática de 31
de março de 1964. Controla o pessoal da ativa, mas não tem como, pela
legislação em vigor, calar o pessoal da reserva, que vai celebrar
reservadamente, uma missa aqui, uma palestra acolá, uma reunião alhures. Mas,
dar a entender que a turma está distensionada é um ledo engano. Além de aturar
o revisionismo e o revanchismo da comissão dita da verdade, ainda luta com os
parcos recursos orçamentários para os projetos e para o dia a dia, sempre
contingenciados, além de perceber a pior remuneração dentre as carreiras do
Executivo, com reajustes escalonados, muito aquém de sequer repor a inflação do
período. Talvez estes fatos expliquem as 250 demissões de oficiais, por dois
anos seguidos."
"A presidente Dilma orientou o ministro de Defesa
quanto às comemorações relativas ao evento histórico da reação democrática de
31 de março de 1964, prestes a completar 50 anos. Os militares da ativa
cumprirão a ordem. Os da reserva agirão de acordo com as suas consciências,
assim como os civis, posto que a livre manifestação ainda lhes é garantida pela
Constituição. O que causa estranheza é que o governo Dilma tenha liberado
recursos públicos, inclusive de estatais, para patrocinar uma série de
manifestações que visam descomemorar a data e que estão ocorrendo em diversos
locais do país. Quer dizer, um lado pode se manifestar, o outro não? Parece
revanchismo?!"
Fonte: A Verdade Sufocada
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